Ser radioamador é uma ilusão, um engano, um tempo perdido. É um hobby ? Mas que espécie de hobby? Será o que em português se chama passatempo, na tradução rápida do termo anglo-saxónico? Mas um passatempo [isto é, a forma de passar o tempo] é uma actividade livre que nos pode sair muito cara, analisada no aspecto humanístico.
Senão vejamos: durante um bom pedaço da nossa vida, às vezes décadas, damo-lo a uma comunidade desconhecida, na ilusão e na virtualidade de quem está a contribuir para qualquer coisa de importância, na vida das pessoas. Isto se acreditamos estar a fomentar uma amizade, que é multiplicada pelo cheque em branco de pessoas que não conhecemos, nem tão pouco pedimos para conhecer. Com elas, ao longo de muito anos vamos falando, trocando impressões, partilhando informações, confidências e, por vezes até, dando oportunidades a algumas dessas criaturas, acesso a outros caminhos que, por moto próprio, ser-lhes-ia muito difícil alcançar. Na hora da verdade, da solidariedade o mau feitio do cidadão "hobbista", revela-se pela negativa; e no singular da sua existência, comodamente, aquele género de pessoa, sem nenhum esforço ou trabalho, agarra-se ao sucesso [como se, sucesso valesse de alguma coisa, sem conhecimento, ou fosse sinónimo de estatuto social] , desconhecendo quem os ajudou desinteressadamente.
Nesta e noutras perspectivas de análise, o radioamadorismo tem os dias contados. Prevê-se que, no continente português, não deva durar uma década; irá acabar vencido pela ineficácia das relações entre a classe. Verbalismo a mais e democracia a menos, onde arrogância das palavras ditas contrapõe as regras elementares da ética das comunicações. Sem ética e muito menos, sem deontologia, é o fim do Radioamadorismo.
Resta contemporizar, até o apagar da luz, iluminados depois com as comunicações dos telemoveiros, porventura os futuros pioneiros do inevitável telefonadorismo da próxima década.
Xispas
Senão vejamos: durante um bom pedaço da nossa vida, às vezes décadas, damo-lo a uma comunidade desconhecida, na ilusão e na virtualidade de quem está a contribuir para qualquer coisa de importância, na vida das pessoas. Isto se acreditamos estar a fomentar uma amizade, que é multiplicada pelo cheque em branco de pessoas que não conhecemos, nem tão pouco pedimos para conhecer. Com elas, ao longo de muito anos vamos falando, trocando impressões, partilhando informações, confidências e, por vezes até, dando oportunidades a algumas dessas criaturas, acesso a outros caminhos que, por moto próprio, ser-lhes-ia muito difícil alcançar. Na hora da verdade, da solidariedade o mau feitio do cidadão "hobbista", revela-se pela negativa; e no singular da sua existência, comodamente, aquele género de pessoa, sem nenhum esforço ou trabalho, agarra-se ao sucesso [como se, sucesso valesse de alguma coisa, sem conhecimento, ou fosse sinónimo de estatuto social] , desconhecendo quem os ajudou desinteressadamente.
Nesta e noutras perspectivas de análise, o radioamadorismo tem os dias contados. Prevê-se que, no continente português, não deva durar uma década; irá acabar vencido pela ineficácia das relações entre a classe. Verbalismo a mais e democracia a menos, onde arrogância das palavras ditas contrapõe as regras elementares da ética das comunicações. Sem ética e muito menos, sem deontologia, é o fim do Radioamadorismo.
Resta contemporizar, até o apagar da luz, iluminados depois com as comunicações dos telemoveiros, porventura os futuros pioneiros do inevitável telefonadorismo da próxima década.
Xispas
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